O regime cubano não se
encontra alicerçado sobre a desculpa do embargo norte-americano, e a
reaproximação entre Estados Unidos e Cuba tornará patente essa realidade. Há
supostos especialistas acreditando, sinceramente, que a futura extinção desse
embargo será capaz de demolir o comunismo na ilha caribenha. Bullshit! Se nem sequer a comprovação dos
100 milhões (ou mais) de assassinatos produzidos pelos comunistas no século
vinte conseguiu dar cabo definitivo da sustentação ideológica, por que o
término de uma mera cascata terá esse
poder inimaginável?
Cuba estava
economicamente enfraquecida, e Raul Castro assumiu o poder na ilha com a missão
de recuperar o fôlego do regime. Se a abertura econômica, o maior acesso dado à
internet e o diálogo cordial com os Estados Unidos significassem realmente o
fim do socialismo, digam-me, sabichões, por que razão esse fenômeno não ocorreu
em território chinês?
O comunismo tem mais de
um século de história, além disso, muita experiência para exercer controle
suficiente sobre as mudanças econômicas. Cuba será obrigada a lidar
constantemente com algumas dezenas de blogs como aquele de Yoani Sanchez? Sim, mas provavelmente
a dinastia Castro previu esse risco com razoável antecedência, e não me
supreenderei se testemunhar, em breve, internautas cubanos louvando os frutos
minguados do acordo.
Cuba alçou-se de categoria no ambiente internacional. Seu
regime conquistou, enfim, uma sobrevida, e todos os crimes do passado e aqueles
que sucederem, doravante, serão eclipsados pelos efeitos da aproximação com
Obama. Os comunistas cubanos receberam de presente, sendo assim, outra
justificativa satisfatória: haver entrado ativamente no âmbito das relações
internacionais com a nação mais poderosa do mundo. Munida desse novo status,
tornando-se foco de investimentos, a ilha da fantasia castrista receberá o
investimento estrangeiro tão necessário às reformas que fortalecerão o regime
socialista, tal como sucedeu com os chineses.
Para os Estados Unidos, o acordo nada oferece de
positivo. Mesmo louvando a atitude tomada por Barack Hussein Obama, os outros
mandatários da América Latina não pretenderão extinguir o discurso
antiamericano. Sua retórica populista disso depende. Os acordos internacionais
de comércio empreendidos por Brasil, Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador,
etc, seguirão a mesma rotina de dar prioridade às relações com China e demais
emergentes do BRIC.
Obama, aquilo que fez, foi simplesmente transmitir a Raul
Castro uma carta de crédito fabulosa sem ter recebido disso nem sequer uma
contrapartida razoável.
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