No
Mosteiro Trapista do Paraná, sempre que me encontrava em retiro, conversava com
um dos irmãos a respeito de questões ligadas ao catolicismo. Sentia uma grande
satisfação de poder interagir com um monge que vivia intensamente a existência
monástica da mesma maneira que viveu Thomas Merton, o trapista norte-americano,
autor de uma variada obra espiritual.
O irmão trapista com quem tinha o hábito de conversar chama-se Guilherme.
O irmão trapista com quem tinha o hábito de conversar chama-se Guilherme.
Certa vez, trocando considerações sobre o interesse mútuo que nutríamos pela espiritualidade das igrejas cristãs ortodoxas, nós observamos que a confissão oriental, separada de Roma após o grande Cisma ocorrido no século onze, conseguiu preservar muito bem a tradição dos primeiros séculos do cristianismo, mesmo rejeitando o conceito de um Sumo Pontífice que centralizasse a autoridade, como é o caso do Papa.
Cada igreja ortodoxa tem seu patriarca, e cada patriarca está em pé de igualdade com os demais. Para que uma mudança doutrinária aconteça entre os ortodoxos, é necessário que todos os patriarcas concordem com essa transformação.
Os católicos sempre depositaram sobre o Papa bastante confiança. O sucessor de Pedro era o protetor da doutrina, ou seja, enquanto a cátedra petrina estivesse ocupada, os ensinamentos de Cristo se conservariam em segurança.
Recentemente, Padre Gabriel Bunge, um monge beneditino católico decidiu converter-se à ortodoxia. Segundo ele, sua busca pelas feições tradicionais do cristianismo fez com que decidisse pela conversão, um processo que se acentuou depois das mudanças realizadas no Concílio Vaticano II.
De fato, nesses últimos cinquenta anos, os pilares tradicionais do catolicismo foram sendo retirados, e em seu lugar vigoram novas ideologias e uma liturgia mais parecida com o culto dos protestantes. Se João Paulo II e Bento XVI se esforçaram para moderar essa situação, Francisco se empenha em acelerar esse processo de adaptação ao modernismo.
Portanto, recai sobre o Papa atual a missão de modificar a doutrina tradicional da Igreja Católica. Uma situação bem sui generis se considerarmos que, até outro dia, a figura papal tinha o significado contrário.
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Religiao evolui naum da p viver igual jesus vivia a dois mil anos atras papa francisco fazendo um excelente trabalho.....naum tenha medo da retirada de alguns dogmas o de perder o poder...
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