Não sou de assistir novelas. Na realidade, quase
não assisto televisão. Prefiro a companhia dos livros e, quando tenho
paciência, procuro um filme que me entretenha um pouco. No entanto, acompanho o
noticiário, e naturalmente tive a oportunidade de observar a celeuma criada
pelos novelistas da Globo que, no último capítulo de Babilônia, enfiaram três
beijos gays na trama como uma espécie de vingança contra a baixa audiência do
folhetim.
Há tempos criar novelas no Brasil se transformou
num exercício de engenharia social. Busca-se mais doutrinar segundo a ideologia
dominante do que oferecer ao público algumas boas horas de entretenimento. Isso
me parece bastante desonesto porque, afinal de contas, se as pessoas quisessem
ser doutrinadas segundo conceitos ideológicos se filiariam a qualquer um desses
partidos mequetrefes do Brasil. Quem assiste novela decerto está em busca de
distração.
Digo isso porque sou contrário à temática
homossexual?
Sinceramente, como escritor, acredito que tudo
aquilo que existe dentro da realidade merece uma boa representação literária.
Um dos meus autores prediletos foi um homossexual assumido: refiro-me a Yukio
Mishina, escritor japonês.
Mesmo não sendo gay, sou fascinado pelos livros de
Mishima. Poucos escritores trataram a temática com tanto estilo e profundidade.
Em suas obras, as questões fundamentais da existência humana se entrelaçam com
sua sexualidade. Ali estão temas como religiosidade, sadismo, amor, angústia,
desejo, solidão, etc. Em Mishima, a homossexualidade não se resume a dois ou
três beijos gays. Tudo está vinculado ao que existe de mais intenso na
existência humana.
Os novelistas da Globo estão empenhados em criar
uma obra dessa amplitude? Pelo visto não. O que querem é simplesmente realizar
uma espécie de lavagem cerebral na cabeça dos telespectadores para que estes se
transformem em sequazes de suas ideologias políticas.
Eis a realidade.
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