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terça-feira, 1 de setembro de 2015

OS NOVELISTAS DA GLOBO E A IDEOLOGIA DE GÊNERO


Não sou de assistir novelas. Na realidade, quase não assisto televisão. Prefiro a companhia dos livros e, quando tenho paciência, procuro um filme que me entretenha um pouco. No entanto, acompanho o noticiário, e naturalmente tive a oportunidade de observar a celeuma criada pelos novelistas da Globo que, no último capítulo de Babilônia, enfiaram três beijos gays na trama como uma espécie de vingança contra a baixa audiência do folhetim.

Há tempos criar novelas no Brasil se transformou num exercício de engenharia social. Busca-se mais doutrinar segundo a ideologia dominante do que oferecer ao público algumas boas horas de entretenimento. Isso me parece bastante desonesto porque, afinal de contas, se as pessoas quisessem ser doutrinadas segundo conceitos ideológicos se filiariam a qualquer um desses partidos mequetrefes do Brasil. Quem assiste novela decerto está em busca de distração.

Digo isso porque sou contrário à temática homossexual?

Sinceramente, como escritor, acredito que tudo aquilo que existe dentro da realidade merece uma boa representação literária. Um dos meus autores prediletos foi um homossexual assumido: refiro-me a Yukio Mishina, escritor japonês.

Mesmo não sendo gay, sou fascinado pelos livros de Mishima. Poucos escritores trataram a temática com tanto estilo e profundidade. Em suas obras, as questões fundamentais da existência humana se entrelaçam com sua sexualidade. Ali estão temas como religiosidade, sadismo, amor, angústia, desejo, solidão, etc. Em Mishima, a homossexualidade não se resume a dois ou três beijos gays. Tudo está vinculado ao que existe de mais intenso na existência humana.

Os novelistas da Globo estão empenhados em criar uma obra dessa amplitude? Pelo visto não. O que querem é simplesmente realizar uma espécie de lavagem cerebral na cabeça dos telespectadores para que estes se transformem em sequazes de suas ideologias políticas.

Eis a realidade.


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