Somente
os escritores relevantes compreendem que, além dos limites da
palavra, existe o silêncio, e alcançar este silêncio é usufruir
uma condição reconfortante. O conhecimento humano exige um
vocabulário necessário a fim de ofertar entendimento e causar uma
exposição adequada. Dentro do hemisfério dessa situação, a
situação do ser humano neste mundo, a linguagem é requisito
indispensável. Contudo, as fronteiras dessa comunicação
linguística esbarram nas fronteiras da capacidade de conhecer.
Para
além, subsiste algo que não é definível. Existe o que não se
pode descrever: o indizível. Isso é real, ou melhor, isso é a
realidade em sua essência.
Quando
o escritor esgota os limites da linguagem humana e a ultrapassa,
atingindo a essência, só então conquista o direito à
imortalidade. Poucos conquistaram esse território, embora muitos
tenham dedicado esforços imensos a fim de se alçar a esse plano
superior.
Gabriel Santamaria é autor de O Evangelho dos Loucos (romance), No Tempo dos Segredos (romance), Assim Morre a Inocência (contos), Destino Navegante (Poemas), Para Ler no Caminho (Mensagens e Crônicas).
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