" " NOVA CASTÁLIA: julho 2014

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domingo, 13 de julho de 2014

O DISCURSINHO PSEUDOINTELECTUAL SOBRE A COPA




Agora temos que aturar explicações sociológicas, psicológicas, filosóficas, antropológicas e tal e coisa, só porque 23 incapazes tomaram um vareio. Há sempre esforços ridículos no sentido de tentar entender ou justificar as derrotas brasileiras em Copas. Se não é o discurso conspiratório, é aquele outro, ainda mais perigoso, que pretende ser a derrota consequência de uma estrutura falida qualquer. O Brasil nunca teve lá grande estrutura futebolística, e mesmo assim conquistou cinco títulos. Criadora do esporte, a Inglaterra esbanja organização em seus campeonatos, e é useira e vezeira em passar vexame durante a competição mundial.

Se o Brasil passou vergonha em campo, isto se deve a dois motivos básicos, a saber:

Não temos uma geração brilhante, e, no futebol, situações assim demonstram ser realmente sazonais. Em 1970 tínhamos uma geração maravilhosa de jogadores, coisa que não se repetiu em 1974, nem tampouco em 1978. Tivemos em 1982 e 1986 uma ótima safra que, lamentavelmente, não gozou de tanta sorte.

O técnico da seleção preferiu acreditar na mística da camisa brasileira. Se admitisse a baixa qualidade técnica dos jogadores que tinha em mãos, talvez montasse um esquema de jogo diferente. Mais proteção, menos oba-oba.

Sou escritor, minha área é a intelectualidade, porém, adoro futebol. No entanto, prefiro ficar distante dessa tentativa ridícula de transformar o esporte numa discussão ideológica.

Futebol se resolve dentro de campo, e dentro de campo o Brasil esteve abaixo das expectativas.

Somente isso. 

sábado, 12 de julho de 2014

FONTE








No fim tudo sucumbe, e senão tudo,
ao menos essa marcha em despedida
do sol, esse ocultar-se na descida,
recobrindo de sombra o dia desnudo.

Toda beleza impura é consumida.
Sobre o chão a ramagem de veludo,
dentro do cesto o fruto bem carnudo.
Definhar-se, eis a cláusula da vida.

Subsiste tão-somente a eterna fonte,
e é dela que provém a consistência
das coisas, o arcabouço da existência.

Se um círculo se fecha neste mundo,
a gênese suscita no horizonte
outro círculo ainda mais fecundo.
 
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