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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

PEDAGOGIA BENEDITINA: SOBRE O MESTRE E O DISCÍPULO






             2.        SOBRE O MESTRE E O DISCÍPULO
       

Somos todos vocacionados a realizar, de modo integral, nossas possibilidades existenciais. Não há quem seja atirado ao mundo casualmente, quem esteja desprovido de um caminho pessoal, quem careça de um desígnio específico concebido por Deus. Os indivíduos todos compartilham, em princípio, o chamado que é universalmente válido: amar a Deus acima de todas as coisas e aos outros como a si mesmo, assim alcançando a salvação e a vida eterna. Trata-se de obrigação essencial da qual não se deve descuidar, e que precisa ser atualizada tanto na dimensão contemplativa quanto na dimensão ativa, tanto no contexto sobrenatural quanto no contexto natural. Para além desse chamado universal, existe também a vocação específica, e esta pode manifestar-se de maneiras variadas: há os que são convocados à vida religiosa/sacerdotal e há aqueles que se sentem inclinados ao matrimônio. Há vocações literárias, acadêmicas, jurídicas, políticas, empresariais, agrícolas, etc. Saber, com exatidão, qual caminho lhe compete especificamente é uma das obrigações mais árduas do ser humano. Contudo, tendo derrotado as dificuldades e conquistado tal conhecimento, o ser humano ainda não deve estabelecer-se em uma região de conforto. Pois, então, mostra-se necessário descobrir uma forma objetiva de compactuar aquela vocação universal (da caridade cristã) com este chamamento singular de vida prática. Esta última necessariamente solicita uma rotina de atitudes condizentes com a primeira mencionada: para que chegue a bom termo, é mesmo indispensável que o chamado universal permeie todas as ações do indivíduo.


Talvez o que foi exposto acima pareça algo genérico, e como a questão essencial reside em transformar um preceito universal em atitudes cotidianas, temos que dispor de um programa não apenas exortativo, mas também pedagógico, na medida em que ofereça prescrições específicas que modelem nosso comportamento. Porém, sobre que tipo de alicerce tal programa deve ser construído? Isto é importante definir, pois todo aquele que busca a própria realização (restauração) solicita que a tarefa seja empreendida em condição de estabilidade. Tudo é sempre melhor que seja feito sobre suportes confiáveis. Sem dúvida, em Deus encontramos a confiança, Deus é a rocha firme sobre a qual podemos edificar nossa existência, a pedra angular por excelência. As sociedades arcaicas organizavam-se inteiramente tendo a presença do sagrado no centro de todas as atividades: o matrimônio, o trabalho, a política, as expedições, a agricultura, etc. Nunca houve existência real para além do contato permanente com o divino[1]. Portanto, o sagrado fundamentava os intercâmbios sociais, e não somente, mas também servia como um modelo ou arquétipo. A imitação do ato criador perpetrado pelas divindades era periodicamente revivida em rituais religiosos. Estar conectado com o divino era exatamente aquilo que oferecia substrato ontológico ao ser humano das culturas tradicionais: sua existência integral estava garantida enquanto se mantivesse firme tal comunhão[2]. Particularmente, cada indivíduo esforçava-se por assumir bem o seu papel nessa estrutura. Evadir-se dela representava abandonar as fronteiras, cair fora da realidade. Sendo assim, temos um precedente histórico confiável provando que é possível constituir uma rotina embasada no paradigma divino. 


Firmada nos ensinamentos de Jesus Cristo, a Regra beneditina produz uma comunidade em que tudo está centrado em Deus. Ele é o sustentáculo da rotina vigente, e a seiva que alimenta cada instante do dia. Porque os monges encontram-se unidos ao Cristo através das orações, o mosteiro existe. Sem a presença cotidiana do sagrado, o mosteiro não se justifica. E é necessário que verdadeiramente Deus perpasse todas as dimensões, e não apenas da comunidade: dos indivíduos também[3]. A existência de um mosteiro ordena-se criteriosamente em períodos de oração, trabalho, estudo e lazer, e a obrigação do monge não se resume a cumprir essas atividades com diligência. Cabe-lhe, do mesmo modo, deixar-se influenciar pela harmonia externa a fim de que se reflita na sua alma. Como nas sociedades arcaicas, a estrutura é construída seguindo o paradigma divino, sendo imprescindível àquele que nela habita assimilar em si mesmo a ordem celestial dessa estrutura. Deus é o princípio causador de todas as virtudes, Ele é, sem dúvida, a bondade, a justiça, o amor e o sacrifício por excelência, e se conspurcamos a semelhança perfeita oferecida a nós gratuitamente, devemos buscar a purificação com o intento de reconstruir essa similitude. Todo mosteiro precisa ser, portanto, o ambiente próprio da purificação, e o seu programa de santidade, aplicado àquele que ali se encontra, conduzirá à sua edificação. Revela-se imprescindível – como disse – que o monge harmonize cuidadosamente a sua alma com os ensinamentos e os exemplos do Filho de Deus.  


São Bento de Núrsia entende isso perfeitamente, e começa seu Prólogo nos exortando da seguinte maneira: Escuta, filho, os preceitos do Mestre. A tradição pedagógica do cristianismo remete-nos às fontes judaicas e gregas, e essa frase introdutória, esse convite à sabedoria de Deus e à restauração da criatura, contém um elemento essencial das fontes mencionadas: a exigência de uma postura submissa e aplicada do discípulo, bem como a disposição para a escuta e o silêncio. Ocasionalmente já se aventou que o silêncio monástico esteja em contraposição ao anúncio do Evangelho, que em si represente uma espécie de fuga das obrigações cristãs, que denote uma postura demasiado indiferente diante dos sofrimentos da humanidade. No entanto, essa necessidade de escuta e de silêncio não precisa ser interpretada desde um ponto de vista negativo; não se trata aqui de silenciar contra toda a espécie humana, mas de aquietar-se a fim de favorecer a atenção devotada aos preceitos Daquele que nos ensina. Porque é conveniente, em um contexto pedagógico, o monge se aquieta – e igualmente por respeito. Respeito a Deus, e aos demais irmãos que, compartilhando os ideais do mosteiro, apresentam-se como fiéis discípulos de Cristo. São Bento dedica um capítulo inteiro da Regra à virtude da humildade, e de tudo aquilo que é realmente imprescindível aos que se submetem ao aprendizado, a humildade demonstra ser das mais importantes. Pois, conforme vimos nas páginas introdutórias, reconhecer a verdadeira condição do ser humano, e aceitar as ações corretivas tem muita relevância. O discípulo comprometido deverá receber os ensinamentos consciente da própria situação e da utilidade vital do programa pedagógico.  

Sobre isso ainda, o Prólogo da Regra afirma:
 
Devemos, pois, constituir uma escola de serviço do Senhor. Nesta instituição esperamos nada estabelecer de áspero ou de pesado. Mas se aparecer alguma coisa um pouco mais rigorosa, ditada por motivo de equidade, para emenda dos vícios ou conservação da caridade não fujas logo, tomado de pavor, do caminho da salvação, que nunca se abre senão por penoso início. Mas, com o progresso da vida monástica e da fé, dilata-se o coração e com inenarrável doçura de amor corre-se pelos caminhos dos mandamentos de Deus, de modo que não nos separando jamais do seu magistério e perseverando no mosteiro, em sua doutrina, até a morte, participemos, pela paciência, dos sofrimentos do Cristo a fim de também merecermos ser coerdeiros de seu reino. Amém. 

Referi-me, no começo deste segundo tópico, ao fato de que nos santificamos no seio de uma estrutura, que o centro dessa estrutura é Deus, e que sua construção busca refletir, integralmente, a ordem estabelecida pelo Criador. Portanto, existe um esquema de caráter hierárquico que principia no alto, em uma atmosfera puramente sobrenatural, e desce, em seguida, até a região natural, redundando na edificação do indivíduo. Será interessante analisar um tanto mais detidamente, no caso específico da Regra beneditina, de que modo as dimensões do homem – todas elas – são restauradas no cumprimento da rotina monástica, e de que forma isso se encontra intimamente relacionado ao Cristo. Sem dúvida, é correto afirmar que o Verbo encarnado, naquilo tudo em que consiste e representa, deve ser compreendido como a chave de interpretação perfeita para a Regra coligida por São Bento de Núrsia. Por esse motivo é tão precioso escutarmos o divino Mestre com muita atenção: Ele que se manifesta como Pai e Espírito Santo, manifesta-se também como Filho, ofertando a nós o caminho de salvação em que se comungam as naturezas carnal e espiritual harmoniosamente. Embora muitos possam concluir que o padrão do monasticismo beneditino seja São Bento, essa não é a conclusão adequada. Durante a sua existência, todo o esforço de São Bento aconteceu no sentido de tentar imprimir em si mesmo a semelhança de Jesus, mergulhando naqueles trinta anos discretos e silenciosos do Senhor transcorridos parcialmente em Nazaré, e assimilando igualmente a experiência da oração solitária no deserto, quando Cristo encontrava-se então anunciando o evangelho do Reino. Em Jesus, portanto, nós descobrimos o monge por excelência, assim como descobrimos também o sacerdote, o pedagogo, o pregador, o missionário e o benfeitor. Nele absolutamente tudo deve ser compreendido como um modelo.

Contemplar intelectualmente os tempos em que Jesus vivia do trabalho manual, com discrição, é tarefa que guarda imensos tesouros espirituais para o monge. Nesse período devotado ao silêncio, Jesus conservou-se em uma aldeia desprovida de importância, agindo à semelhança de outros indivíduos comuns. Sua existência era ignorada pelo resto da humanidade. Contudo, esse período de espera e de preparação não esteve desprovido de fecundidade salvífica. Às escondidas, envolvido com as atividades corriqueiras do trabalho, o Senhor deu a cada gesto um significado redentor. Neste sentido, é imprescindível que meditemos quanto Ele nos ensina ao escolher preferencialmente a obscuridade, a carência total de clamor público. Trata-se de uma primorosa demonstração de humildade. Sua rotina, então, não causou qualquer impacto, e sendo Jesus Cristo o Filho de Deus, o Verbo encarnado, devemos também considerar que trazia consigo a possibilidade de abalar as estruturas do real ao proferir unicamente uma palavra, e se desse modo não agiu, se respeitou a quietude exigida naquele momento, foi movido por uma obediência severa. Ciente da missão que Lhe competia, aceitou em tudo ser submisso ao Pai. Neste mundo ruidoso e altivo em que atualmente vivemos, e no qual tanto se cobra o sucesso, a eloquência, a popularidade, a exposição, torna-se um imenso desafio não apenas entender esses primeiros tempos da existência de Jesus, mas principalmente escolhê-lo como destino pessoal. E aqui é de suma importância ressaltar o fato seguinte: ninguém nunca será capaz de assumir, em si mesmo, de modo excelente, todas as missões de Jesus Cristo. Naquilo que teve de monástico, predicante, missionário, pedagógico, etc., Ele atingiu a perfeição. Sendo assim, ao acatar o chamado para o cumprimento particular de uma dessas dimensões concernentes à existência cristã, também somos convidados, muitas vezes, a sacrificar o exercício absoluto das dimensões restantes. Por exemplo, no caso do caminho monástico, para aqueles que a isto se dedicam, talvez se demonstre árduo e doloroso admitir a exigência de abdicar o anúncio público do Evangelho com o intuito de, em contrapartida, empreender o mergulho no silêncio dos primeiros trinta anos do Salvador. Contudo, se não fosse dessa maneira, se o monge não assumisse totalmente em si um estado de discrição, como afirmaria, convicto, ter-se comprometido a viver a dimensão do anonimato silencioso de Cristo? Há inumeráveis mistérios e sublimidades sigilosamente guardadas naqueles trinta primeiros anos, e para o cristianismo acredito ser imprescindível não as esquecer, e nem tampouco as desperdiçar. Poderia alguém evocar, neste ponto, a existência de monges que se dedicaram à pregação, evangelizaram milhares de pessoas, conquistando, inclusive, notoriedade pública. Houve, de fato, exemplos desse tipo, assim como aconteceram igualmente monges que saíram em missão para terras estrangeiras. Porém, sempre nos restará a mesma questão: devemos tomar tal possibilidade como argumento justificável ao escolher uma vida monástica? Não seriam os fatores acima mencionados meramente acidentais? E o que há realmente de essencial na Regra de São Bento? Descobrir as feições precisas de Jesus Cristo impressas no carisma beneditino parece-me o caminho mais seguro para que possamos vislumbrar tal essência. 

Havendo compreendido o caráter peculiar de sua condição, e mergulhado, com firme ousadia, na discrição silenciosa dos primeiros tempos de Jesus, o monge deve pretender estreitar intimamente seus laços com Deus. O relacionamento substancial entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo é um modelo que precisa ser seguido, pois revela consonância entre as pessoas da Santíssima Trindade. Cristo a nós ofertou Seu sangue e Seu corpo, tornando possível participarmos substancialmente de Sua divindade, e consequentemente também da relação íntima com o Pai através de Seu Santo Espírito que, sendo caridade puríssima, do Pai procede e ao Pai retorna. A dedicação à existência monástica exige dos indivíduos que busquem esse diálogo interior, da mesma forma que Jesus buscava. Jesus que sempre se mostrou obediente ao Pai, através da oração mantinha com Ele um colóquio fecundo e orientador[4]. Sobretudo assim é que o monge se orienta, assim adquire pureza e mansidão, faz-se obediente, e assume totalmente a vontade do Senhor[5]. Mesmo durante as suas atividades práticas, na execução de seu trabalho corriqueiro, o indivíduo que escolheu a existência monástica, acatando o chamado divino, deve encontrar uma forma de desenvolver a oração. Não somente nos momentos da Liturgia das Horas: em todos os momentos, a jornada do monge necessita ser orante. Cristo escolhia instantes precisos para afastar-se e, solitariamente, estar com o Pai, no entanto, isto jamais significou que, nas demais situações, a consubstancialidade estivesse comprometida. De maneira semelhante, o monge precisa estar em comunhão permanente com Deus, sabendo que, às vezes, será mais intensa essa comunhão. 

Nesse processo de assimilação do Cristo, além de participar do silêncio, do trabalho e da vida contemplativa, o monge também é convidado a partilhar humildemente a fase mais crucial da existência terrena do Filho de Deus, ou seja, os três anos dedicados ao anúncio do Reino. Muitos talvez considerem contraditório, afinal, se se solicita o recolhimento e a quietude ao monge, de que modo conciliará essas características com a manifestação sonora da Palavra? Recordo perfeitamente ter mencionado acima quão importante é, ao monge, afirmar-se no seu estado específico, sacrificando a possibilidade de experimentar a missão integral de Cristo. Cabe ao monge, de fato, a discreta solidão. Mas dentro dessa situação peculiar, de uma forma conveniente à vocação monástica, a comunidade reúne-se tendo o objetivo de anunciar – a todo o universo – que existe um Deus Uno e Trino, cuja misericórdia exacerba-se a ponto de oferecer Seu Filho Unigênito para remissão de nossos pecados, sem se esquecer de nos entregar, ao mesmo tempo, a própria Mãe do Salvador como santa intercessora. Na sua estrutura, a Liturgia das Horas busca refletir a história inteira da salvação, do princípio ao termo, pois é bom e salutar que isso seja repetidamente contado e entoado. Durante o dia, em horários definidos segundo a tradição, os monges ecoam o que foi determinado pela sabedoria divina. Tudo é louvor, proclamação da verdade, e mesmo que o anúncio esteja ali sendo testemunhado tão-somente por alguns poucos indivíduos consagrados, trata-se, indubitavelmente, da Boa Nova do Reino. 

Existe em Jesus a natureza totalmente humana e a natureza totalmente divina, ambas em uma só Pessoa, e as duas santificando a humanidade, submetendo-se ao sacrifício redentor, e é o Cristo que ensina, como um todo, servindo de modelo. Se na imitação do Senhor não nos cabe assumir a plenitude do Cristo[6], cabe-nos, pelo menos, permitir que Ele, em toda a sua dimensão, a nós nos ilumine, restaurando-nos em nossa constituição limitada. Por esse motivo, a doutrina da Igreja sempre rechaçou qualquer tipo de espiritualidade descarnada. A ressurreição na qual acreditamos é a ressurreição dos corpos também, e isto justifica, afinal, porque o Verbo se fez carne. Criado por Deus em corpo e alma, e tendo sido insuflado o Espírito através de suas narinas, o homem comprometeu-se por inteiro ao enganar-se pelo pecado, sendo necessário que o Filho do Altíssimo assumisse inteiramente a condição humana. O mestre tenciona sempre formar o discípulo à sua imagem e semelhança, valendo-se dos ensinamentos que transmite e da coerência de suas atitudes. Na intimidade do mosteiro, vivendo unido com seus irmãos, o monge dedicado faz de si mesmo um bom discípulo, santificando-se através da ação e da oração, até que nele se imprima a imagem e a semelhança do Cristo.




[1] Mircea Eliade: Mito do Eterno Retorno, 1992, São Paulo, Editora Mercuryo. Do mesmo autor: O Sagrado e o Profano – A Essência das Religiões, 2001, São Paulo, Martins Fontes.

[2]Antonin-Dalmace Sertillanges escreveu na obra A Vida Intelectual – Seu Espírito, Suas Condições e Seus Métodos:A ordem do espírito deve corresponder à ordem das coisas. No real tudo ascende para o divino, tudo dele depende, porque tudo dele procede.”

[3] 1 Coríntios 10, 31: Portanto, quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus.

[4] Carta a Proba, de Santo Agostinho: “Pois do próprio Senhor se escreveu que passava noites em oração e que orava demoradamente; e nisto, o que fazia a não ser dar-nos o exemplo, ele que no tempo é o intercessor oportuno e, com o Pai, aquele que eternamente nos atende.”

[5] Mateus 6, 6: Tu, porém, quando orardes, entra no teu quarto e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está lá, no segredo; e teu Pai, que vê no segredo, te recompensará.


[6] 1 Coríntios 12, 27 – 30: Ora, vós sois o corpo de Cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte. E aqueles que Deus estabeleceu na Igreja são, em primeiro lugar, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, doutores… Vêm, a seguir, os dons dos milagres, das curas, da assistência, do governo e o de falar línguas. Porventura, são todos apóstolos? Todos profetas? Todos doutores? Todos realizam milagres? Todos têm o dom de curar? Todos falam línguas? Todos as interpretam? 


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