2. SOBRE O MESTRE E O DISCÍPULO
Somos todos vocacionados a realizar, de
modo integral, nossas possibilidades existenciais. Não há quem seja atirado ao
mundo casualmente, quem esteja desprovido de um caminho pessoal, quem careça de
um desígnio específico concebido por Deus. Os indivíduos todos compartilham, em
princípio, o chamado que é universalmente válido: amar a Deus acima de todas as
coisas e aos outros como a si mesmo, assim alcançando a salvação e a vida
eterna. Trata-se de obrigação essencial da qual não se deve descuidar, e que
precisa ser atualizada tanto na dimensão contemplativa quanto na dimensão
ativa, tanto no contexto sobrenatural quanto no contexto natural. Para além
desse chamado universal, existe também a vocação específica, e esta pode
manifestar-se de maneiras variadas: há os que são convocados à vida
religiosa/sacerdotal e há aqueles que se sentem inclinados ao matrimônio. Há
vocações literárias, acadêmicas, jurídicas, políticas, empresariais, agrícolas,
etc. Saber, com exatidão, qual caminho lhe compete especificamente é uma das
obrigações mais árduas do ser humano. Contudo, tendo derrotado as dificuldades
e conquistado tal conhecimento, o ser humano ainda não deve estabelecer-se em
uma região de conforto. Pois, então, mostra-se necessário descobrir uma forma
objetiva de compactuar aquela vocação universal (da caridade cristã) com este
chamamento singular de vida prática. Esta última necessariamente solicita uma
rotina de atitudes condizentes com a primeira mencionada: para que chegue a bom
termo, é mesmo indispensável que o chamado universal permeie todas as ações do
indivíduo.
Talvez o que foi exposto acima pareça
algo genérico, e como a questão essencial reside em transformar um preceito
universal em atitudes cotidianas, temos que dispor de um programa não apenas
exortativo, mas também pedagógico, na medida em que ofereça prescrições
específicas que modelem nosso comportamento. Porém, sobre que tipo de alicerce
tal programa deve ser construído? Isto é importante definir, pois todo aquele
que busca a própria realização (restauração) solicita que a tarefa seja
empreendida em condição de estabilidade. Tudo é sempre melhor que seja feito
sobre suportes confiáveis. Sem dúvida, em Deus encontramos a confiança, Deus é
a rocha firme sobre a qual podemos edificar nossa existência, a pedra angular
por excelência. As sociedades arcaicas organizavam-se inteiramente tendo a
presença do sagrado no centro de todas as atividades: o matrimônio, o trabalho,
a política, as expedições, a agricultura, etc. Nunca houve existência real para
além do contato permanente com o divino[1]. Portanto,
o sagrado fundamentava os intercâmbios sociais, e não somente, mas também servia
como um modelo ou arquétipo. A imitação do ato criador perpetrado pelas
divindades era periodicamente revivida em rituais religiosos. Estar conectado
com o divino era exatamente aquilo que oferecia substrato ontológico ao ser
humano das culturas tradicionais: sua existência integral estava garantida
enquanto se mantivesse firme tal comunhão[2].
Particularmente, cada indivíduo esforçava-se por assumir bem o seu papel nessa
estrutura. Evadir-se dela representava abandonar as fronteiras, cair fora da
realidade. Sendo assim, temos um precedente histórico confiável provando que é
possível constituir uma rotina embasada no paradigma divino.
Firmada nos ensinamentos de Jesus
Cristo, a Regra beneditina produz uma comunidade em que tudo está centrado em Deus.
Ele é o sustentáculo da rotina vigente, e a seiva que alimenta cada instante do
dia. Porque os monges encontram-se unidos ao Cristo através das orações, o
mosteiro existe. Sem a presença cotidiana do sagrado, o mosteiro não se
justifica. E é necessário que verdadeiramente Deus perpasse todas as dimensões,
e não apenas da comunidade: dos indivíduos também[3]. A
existência de um mosteiro ordena-se criteriosamente em períodos de oração,
trabalho, estudo e lazer, e a obrigação do monge não se resume a cumprir essas
atividades com diligência. Cabe-lhe, do mesmo modo, deixar-se influenciar pela
harmonia externa a fim de que se reflita na sua alma. Como nas sociedades
arcaicas, a estrutura é construída seguindo o paradigma divino, sendo
imprescindível àquele que nela habita assimilar em si mesmo a ordem celestial
dessa estrutura. Deus é o princípio causador de todas as virtudes, Ele é, sem
dúvida, a bondade, a justiça, o amor e o sacrifício por excelência, e se
conspurcamos a semelhança perfeita oferecida a nós gratuitamente, devemos
buscar a purificação com o intento de reconstruir essa similitude. Todo
mosteiro precisa ser, portanto, o ambiente próprio da purificação, e o seu
programa de santidade, aplicado àquele que ali se encontra, conduzirá à sua edificação.
Revela-se imprescindível – como disse – que o monge harmonize cuidadosamente a
sua alma com os ensinamentos e os exemplos do Filho de Deus.
São Bento de Núrsia entende isso
perfeitamente, e começa seu Prólogo nos exortando da seguinte maneira: Escuta,
filho, os preceitos do Mestre. A tradição pedagógica do cristianismo remete-nos às
fontes judaicas e gregas, e
essa frase introdutória, esse convite à sabedoria de Deus e à restauração da
criatura, contém um elemento essencial das fontes mencionadas: a exigência de
uma postura submissa e aplicada do discípulo, bem como a disposição para a
escuta e o silêncio. Ocasionalmente já se aventou que o silêncio monástico
esteja em contraposição ao anúncio do Evangelho, que em si represente uma
espécie de fuga das obrigações cristãs, que denote uma postura demasiado
indiferente diante dos sofrimentos da humanidade. No entanto, essa necessidade
de escuta e de silêncio não precisa ser interpretada desde um ponto de vista
negativo; não se trata aqui de silenciar contra toda a espécie humana, mas de
aquietar-se a fim de favorecer a atenção devotada aos preceitos Daquele que nos
ensina. Porque é conveniente, em um contexto pedagógico, o monge se aquieta – e
igualmente por respeito. Respeito a Deus, e aos demais irmãos que,
compartilhando os ideais do mosteiro, apresentam-se como fiéis discípulos de
Cristo. São Bento dedica um capítulo inteiro da Regra à virtude da humildade, e
de tudo aquilo que é realmente imprescindível aos que se submetem ao
aprendizado, a humildade demonstra ser das mais importantes. Pois, conforme
vimos nas páginas introdutórias, reconhecer a verdadeira condição do ser
humano, e aceitar as ações corretivas tem muita relevância. O discípulo
comprometido deverá receber os ensinamentos consciente da própria situação e
da utilidade vital do programa pedagógico.
Devemos, pois, constituir uma escola de serviço do Senhor. Nesta
instituição esperamos nada estabelecer de áspero ou de pesado. Mas se aparecer
alguma coisa um pouco mais rigorosa, ditada por motivo de equidade, para emenda
dos vícios ou conservação da caridade não fujas logo, tomado de pavor, do
caminho da salvação, que nunca se abre senão por penoso início. Mas, com o
progresso da vida monástica e da fé, dilata-se o coração e com inenarrável
doçura de amor corre-se pelos caminhos dos mandamentos de Deus, de modo que não
nos separando jamais do seu magistério e perseverando no mosteiro, em sua
doutrina, até a morte, participemos, pela paciência, dos sofrimentos do Cristo
a fim de também merecermos ser coerdeiros de seu reino. Amém.
Referi-me, no começo deste segundo
tópico, ao fato de que nos santificamos no seio de uma estrutura, que o centro
dessa estrutura é Deus, e que sua construção busca refletir, integralmente, a
ordem estabelecida pelo Criador. Portanto, existe um esquema de caráter
hierárquico que principia no alto, em uma atmosfera puramente sobrenatural, e
desce, em seguida, até a região natural, redundando na edificação do indivíduo.
Será interessante analisar um tanto mais detidamente, no caso específico da
Regra beneditina, de que modo as dimensões do homem – todas elas – são
restauradas no cumprimento da rotina monástica, e de que forma isso se encontra
intimamente relacionado ao Cristo. Sem dúvida, é correto afirmar que o Verbo
encarnado, naquilo tudo em que consiste e representa, deve ser compreendido
como a chave de interpretação perfeita para a Regra coligida por São Bento de
Núrsia. Por esse motivo é tão precioso escutarmos o divino Mestre com muita
atenção: Ele que se manifesta como Pai e Espírito Santo, manifesta-se também como
Filho, ofertando a nós o caminho de salvação em que se comungam as naturezas carnal
e espiritual harmoniosamente. Embora muitos possam concluir que o padrão do
monasticismo beneditino seja São Bento, essa não é a conclusão adequada.
Durante a sua existência, todo o esforço de São Bento aconteceu no sentido de
tentar imprimir em si mesmo a semelhança de Jesus, mergulhando naqueles trinta
anos discretos e silenciosos do Senhor transcorridos parcialmente em Nazaré, e
assimilando igualmente a experiência da oração solitária no deserto, quando
Cristo encontrava-se então anunciando o evangelho do Reino. Em Jesus, portanto,
nós descobrimos o monge por excelência, assim como descobrimos também o
sacerdote, o pedagogo, o pregador, o missionário e o benfeitor. Nele
absolutamente tudo deve ser compreendido como um modelo.
Contemplar intelectualmente os tempos em
que Jesus vivia do trabalho manual, com discrição, é tarefa que guarda imensos
tesouros espirituais para o monge. Nesse período devotado ao silêncio, Jesus conservou-se
em uma aldeia desprovida de importância, agindo à semelhança de outros
indivíduos comuns. Sua existência era ignorada pelo resto da humanidade. Contudo,
esse período de espera e de preparação não esteve desprovido de fecundidade
salvífica. Às escondidas, envolvido com as atividades corriqueiras do trabalho,
o Senhor deu a cada gesto um significado redentor. Neste sentido, é
imprescindível que meditemos quanto Ele nos ensina ao escolher
preferencialmente a obscuridade, a carência total de clamor público. Trata-se
de uma primorosa demonstração de humildade. Sua rotina, então, não causou
qualquer impacto, e sendo Jesus Cristo o Filho de Deus, o Verbo encarnado,
devemos também considerar que trazia consigo a possibilidade de abalar as
estruturas do real ao proferir unicamente uma palavra, e se desse modo não
agiu, se respeitou a quietude exigida naquele momento, foi movido por uma
obediência severa. Ciente da missão que Lhe competia, aceitou em tudo ser
submisso ao Pai. Neste mundo ruidoso e altivo em que atualmente vivemos, e no
qual tanto se cobra o sucesso, a eloquência, a popularidade, a exposição,
torna-se um imenso desafio não apenas entender esses primeiros tempos da
existência de Jesus, mas principalmente escolhê-lo como destino pessoal. E aqui
é de suma importância ressaltar o fato seguinte: ninguém nunca será capaz de
assumir, em si mesmo, de modo excelente, todas as missões de Jesus Cristo.
Naquilo que teve de monástico, predicante, missionário, pedagógico, etc., Ele
atingiu a perfeição. Sendo assim, ao acatar o chamado para o cumprimento
particular de uma dessas dimensões concernentes à existência cristã, também
somos convidados, muitas vezes, a sacrificar o exercício absoluto das dimensões
restantes. Por exemplo, no caso do caminho monástico, para aqueles que a isto
se dedicam, talvez se demonstre árduo e doloroso admitir a exigência de abdicar
o anúncio público do Evangelho com o intuito de, em contrapartida, empreender o
mergulho no silêncio dos primeiros trinta anos do Salvador. Contudo, se não
fosse dessa maneira, se o monge não assumisse totalmente em si um estado de
discrição, como afirmaria, convicto, ter-se comprometido a viver a dimensão do
anonimato silencioso de Cristo? Há inumeráveis mistérios e sublimidades
sigilosamente guardadas naqueles trinta primeiros anos, e para o cristianismo acredito
ser imprescindível não as esquecer, e nem tampouco as desperdiçar. Poderia
alguém evocar, neste ponto, a existência de monges que se dedicaram à pregação,
evangelizaram milhares de pessoas, conquistando, inclusive, notoriedade
pública. Houve, de fato, exemplos desse tipo, assim como aconteceram igualmente
monges que saíram em missão para terras estrangeiras. Porém, sempre nos restará
a mesma questão: devemos tomar tal possibilidade como argumento justificável ao
escolher uma vida monástica? Não seriam os fatores acima mencionados meramente
acidentais? E o que há realmente de essencial na Regra de São Bento? Descobrir
as feições precisas de Jesus Cristo impressas no carisma beneditino parece-me o
caminho mais seguro para que possamos vislumbrar tal essência.
Havendo compreendido o caráter peculiar
de sua condição, e mergulhado, com firme ousadia, na discrição silenciosa dos
primeiros tempos de Jesus, o monge deve pretender estreitar intimamente seus
laços com Deus. O relacionamento substancial entre o Pai, o Filho e o Espírito
Santo é um modelo que precisa ser seguido, pois revela consonância entre as
pessoas da Santíssima Trindade. Cristo a nós ofertou Seu sangue e Seu corpo,
tornando possível participarmos substancialmente de Sua divindade, e
consequentemente também da relação íntima com o Pai através de Seu Santo
Espírito que, sendo caridade puríssima, do Pai procede e ao Pai retorna. A
dedicação à existência monástica exige dos indivíduos que busquem esse diálogo
interior, da mesma forma que Jesus buscava. Jesus que sempre se mostrou
obediente ao Pai, através da oração mantinha com Ele um colóquio fecundo e
orientador[4].
Sobretudo assim é que o monge se orienta, assim adquire pureza e mansidão,
faz-se obediente, e assume totalmente a vontade do Senhor[5].
Mesmo durante as suas atividades práticas, na execução de seu trabalho
corriqueiro, o indivíduo que escolheu a existência monástica, acatando o
chamado divino, deve encontrar uma forma de desenvolver a oração. Não somente
nos momentos da Liturgia das Horas: em todos os momentos, a jornada do monge
necessita ser orante. Cristo escolhia instantes precisos para afastar-se e,
solitariamente, estar com o Pai, no entanto, isto jamais significou que, nas
demais situações, a consubstancialidade estivesse comprometida. De maneira
semelhante, o monge precisa estar em comunhão permanente com Deus, sabendo que,
às vezes, será mais intensa essa comunhão.
Nesse processo de assimilação do Cristo,
além de participar do silêncio, do trabalho e da vida contemplativa, o monge
também é convidado a partilhar humildemente a fase mais crucial da existência
terrena do Filho de Deus, ou seja, os três anos dedicados ao anúncio do Reino.
Muitos talvez considerem contraditório, afinal, se se solicita o recolhimento e
a quietude ao monge, de que modo conciliará essas características com a
manifestação sonora da Palavra? Recordo perfeitamente ter mencionado acima quão
importante é, ao monge, afirmar-se no seu estado específico, sacrificando a
possibilidade de experimentar a missão integral de Cristo. Cabe ao monge, de
fato, a discreta solidão. Mas dentro dessa situação peculiar, de uma forma
conveniente à vocação monástica, a comunidade reúne-se tendo o objetivo de
anunciar – a todo o universo – que existe um Deus Uno e Trino, cuja
misericórdia exacerba-se a ponto de oferecer Seu Filho Unigênito para remissão
de nossos pecados, sem se esquecer de nos entregar, ao mesmo tempo, a própria
Mãe do Salvador como santa intercessora. Na sua estrutura, a Liturgia das Horas
busca refletir a história inteira da salvação, do princípio ao termo, pois é
bom e salutar que isso seja repetidamente contado e entoado. Durante o dia, em
horários definidos segundo a tradição, os monges ecoam o que foi determinado
pela sabedoria divina. Tudo é louvor, proclamação da verdade, e mesmo que o
anúncio esteja ali sendo testemunhado tão-somente por alguns poucos indivíduos
consagrados, trata-se, indubitavelmente, da Boa Nova do Reino.
Existe em Jesus a natureza totalmente
humana e a natureza totalmente divina, ambas em uma só Pessoa, e as duas
santificando a humanidade, submetendo-se ao sacrifício redentor, e é o Cristo
que ensina, como um todo, servindo de modelo. Se na imitação do Senhor não nos
cabe assumir a plenitude do Cristo[6],
cabe-nos, pelo menos, permitir que Ele, em toda a sua dimensão, a nós nos
ilumine, restaurando-nos em nossa constituição limitada. Por esse motivo, a
doutrina da Igreja sempre rechaçou qualquer tipo de espiritualidade descarnada.
A ressurreição na qual acreditamos é a ressurreição dos corpos também, e isto
justifica, afinal, porque o Verbo se fez carne. Criado por Deus em corpo e
alma, e tendo sido insuflado o Espírito através de suas narinas, o homem
comprometeu-se por inteiro ao enganar-se pelo pecado, sendo necessário que o
Filho do Altíssimo assumisse inteiramente a condição humana. O mestre tenciona
sempre formar o discípulo à sua imagem e semelhança, valendo-se dos
ensinamentos que transmite e da coerência de suas atitudes. Na intimidade do
mosteiro, vivendo unido com seus irmãos, o monge dedicado faz de si mesmo um
bom discípulo, santificando-se através da ação e da oração, até que nele se
imprima a imagem e a semelhança do Cristo.
[1]
Mircea Eliade: Mito do Eterno Retorno, 1992, São Paulo,
Editora Mercuryo. Do mesmo autor: O
Sagrado e o Profano – A Essência das Religiões, 2001, São Paulo, Martins
Fontes.
[2]Antonin-Dalmace
Sertillanges escreveu na obra A Vida
Intelectual – Seu Espírito, Suas Condições e Seus Métodos: “A ordem do espírito deve
corresponder à ordem das coisas. No real tudo ascende para o divino, tudo dele
depende, porque tudo dele procede.”
[3] 1 Coríntios 10, 31: Portanto, quer comais, quer bebais, quer
façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus.
[4]
Carta a Proba, de Santo Agostinho: “Pois do próprio Senhor se escreveu que
passava noites em oração e que orava demoradamente; e nisto, o que fazia a não
ser dar-nos o exemplo, ele que no tempo é o intercessor oportuno e, com o Pai,
aquele que eternamente nos atende.”
[5] Mateus 6, 6: Tu, porém, quando orardes, entra no teu quarto e, fechando a tua porta,
ora a teu Pai que está lá, no segredo; e teu Pai, que vê no segredo, te
recompensará.
[6]
1 Coríntios 12, 27 – 30: Ora, vós sois o
corpo de Cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte. E aqueles que
Deus estabeleceu na Igreja são, em primeiro lugar, apóstolos; em segundo lugar,
profetas; em terceiro lugar, doutores… Vêm, a seguir, os dons dos milagres, das
curas, da assistência, do governo e o de falar línguas. Porventura, são todos
apóstolos? Todos profetas? Todos doutores? Todos realizam milagres? Todos têm o
dom de curar? Todos falam línguas? Todos as interpretam?
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