Dilma Rousseff protagonizou um mandato repleto de escândalos políticos e fracassos econômicos. Embora fosse elogiado o seu perfil técnico como economista, de fato a herdeira de Lula nunca chegou a convencer totalmente. Recentemente, em um ato contra aquilo que os petistas acreditam ter sido um golpe, ou seja, o processo de impeachment, Dilma fez uma análise esdrúxula acerca do PSDB. Segundo ela, o impeachment representou a extinção da centro-direita peessedebista.
Ora, dos candidatos tradicionais do PSDB para 2018, José Serra, um notório político de centro-esquerda, simplesmente deixou de ser levado em consideração. Aécio Neves, um centrista que nunca se mostrou exatamente à vontade com o discurso da direita, acabou sendo engolfado por escândalos investigados pela Lava Jato. Resta ainda Geraldo Alckmin, exatamente o candidato que a esquerda acredita estar mais alinhado com a retórica conservadora. Vale recordar que o estado de São Paulo é reduto da nova direita brasileira, local onde ocorreram as principais manifestações contrárias ao petismo e a influência socialista na política brasileira.
Com a chegada de uma figura como João Dória, atual prefeito de São Paulo, os quadros do PSDB tornam-se ainda mais emparelhados com os anseios da direita. Sendo assim, não apenas o partido afogou a possibilidade de uma candidatura presidencial com algum ranço de esquerdismo (acusação que os peessedebistas sempre sofreram), como também transformou os debates próximos em um espetáculo ainda mais polarizado.
Gabriel Santamaria é autor de O Evangelho dos Loucos (romance), No Tempo dos Segredos (romance), Assim Morre a Inocência (contos), Destino Navegante (Poemas), Para Ler no Caminho (Mensagens e Crônicas).
Nenhum comentário:
Postar um comentário