Quando a sociedade não consegue encontrar um equilíbrio pleno entre os bens materiais e as virtudes intelectuais, sucede um tipo de situação em que toda relevância é oferecida ao que é passageiro, e quase nenhuma importância é atribuída às coisas do espírito.
Se um povo não concebe a literatura como algo essencial, se não faz dos bons livros um consumo de primeira importância, cai vertiginosamente em um estado de terrível mediocridade. Torna-se vago e superficial. Não deixa jamais de escorregar em um terreno lodoso, e nunca se firma a si mesmo de modo consistente.
Tratar esse assunto de modo genérico é somente uma forma de analisar a questão. De fato, toda solução parte de uma tomada de consciência, e essa atitude é extremamente individual. Ou seja, enquanto cada qual não se responsabilizar por fazer dos livros algo imprescindível, não existirá uma circunstância favorável.
Portanto, é urgente que cada indivíduo assuma sua parte no processo de autoeducação, dando ao cultivo da leitura a importância que ela necessita ter.
Gabriel Santamaria é autor de O Evangelho dos Loucos (romance), No Tempo dos Segredos (romance), Assim Morre a Inocência (contos), Destino Navegante (Poemas), Para Ler no Caminho (Mensagens e Crônicas).
Post essencial e necessário, Gabriel.
ResponderExcluirDa lição aprendida com René Girard, concluo que “A emoção estética não é desejo e sim cessamento de todo desejo, retorno à calma e à alegria. ” Só o leitor apaziguado consigo mesmo e que se põe em calma atitude de percepção pode ser dar essa alegria. Este será o que fugiu do mundo robotizado e mecânico que não gera leitores, mas colecionadores de livros e de listas de leituras – como se os livros fossem uma espécie de “rol de roupa suja” no caminho das suas vidas sem sentido..." - falo disso no artigo que sai na 5a.feira, 31/08.
Abraços do
Beto