Por fim, o mistério foi desfeito: eis que reapareceu Bruno Borges, o rapaz do Acre desaparecido há quase cinco meses. Depois de ter virado notícia no Fantástico devido à excentricidade daquilo que foi encontrado em seu quarto – uma estátua em tamanho natural do monge Giordano Bruno e quatorze livros criptografados –, o acreano entrou na lista dos escritores mais vendidos do Brasil assim que os primeiros livros foram decodificados e publicados recentemente.
Seu sucesso repentino me recordou O Rei da Comédia, filme estrelado por Robert de Niro e Jerry Lewis, no qual o personagem Rupert Pupkin (Robert de Niro) toma medidas extremas com o intuito de ficar famoso. E mesmo assumindo a responsabilidade criminal pelos atos, de fato alcança o sucesso almejado.
Segundo consta, o autor está faturando alto com as vendas. Para a polícia, tudo não passou de uma jogada de marketing, e como seu desaparecimento foi voluntário, não existe qualquer responsabilidade criminal a ser imputada ao rapaz.
Para alguns, talvez pareça um golpe de mestre, mas a questão que resta desvendar é a seguinte: quais serão os limites éticos do que pode ser feito visando a tão desejada fama?
Gabriel Santamaria é autor de O Evangelho dos Loucos (romance), No Tempo dos Segredos (romance), Assim Morre a Inocência (contos), Destino Navegante (Poemas), Para Ler no Caminho (Mensagens e Crônicas).
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