Às vezes, o escritor caminhava à beira-mar, percorrendo as falésias do Algarve, em Portugal.
Sentia-se tranquilo e melancólico, observando a paisagem, cruzando com desconhecidos, e tentando captar nas horas vespertinas a poesia tão necessária à existência.
Sua terra estava distante. Sua gente mal conhecia o paradeiro daquele escritor. Ele era um estrangeiro. Um homem sem destino ainda definido, à espera das transformações tão necessárias à existência.
Pediu um sinal.
Ou talvez não tenha exatamente pedido. Talvez tenha só suspeitado a presença discreta do divino naquele entardecer.
O mar estava encapelado. O céu coberto de nuvens.
O mar estava encapelado. O céu coberto de nuvens.
Pouquíssimas pessoas arriscavam-se a vagar displicentemente na praia. Então ele testemunhou a rocha sobre a qual incidia um facho de luz solitário.
O firmamento ali se abrira o suficiente para que o astro solar derramasse o raio exclusivo sobre a rocha marítima.
Por um instante, ele desejou ser também como aquela rocha, e receber do alto um facho solitário como aquele que o tornasse exclusivo na hora tardia.
Isto foi tudo o que conseguiu desejar sinceramente naquele momento.
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